quarta-feira, 17 de setembro de 2008

#4

Para mim, a maior tolice dos humanos, a não ser a morte,
é se apaixonar. É querer declarar teus sonhos à outras pessoas.
É apoiar-se em cima de pessoas que, na maioria das vezes, não estão
preparadas para isso. Você aumenta o ciúme, o egoísmo, a esperança.
Em alguns sentidos, acaba se tornando uma pessoa pior do que você realmente é.
Para mim paixão teria que ser igual a morte.
Apenas uma vez na vida. Se não pode voltar das cinzas, que ninguém
se apaixone novamente. A vida seria mais certa.
Apaixonou-se e deu certo, ok. Caso dê errado, agora curta a sua vida sozinho.
Porque quem se apaixona demais acaba não conseguindo se dar por completo.
Por mais que o tempo passe e faça diminuir os sentimentos, eles não desaparecem.
Então os corações parecem quadro de fotos. Com um cantinho para cada rosto, cada paixão. Cantinhos esses que, quando conquistados, são vitalícios.
Então, um dia, alguém percebeu que não tem mais espaços para fotos.
E resolveu colar fotos novas por cima de antigas. Colocar pessoas novas sob rostos antigos e ultrapassados. Boa idéia? Não. Porque, mesmo por trás, o espaço já havia sido ocupado, então esta "nova foto" acaba não tocando tão a fundo quando as antigas.
E por mais que essas amarelem e envelhaçam, acabam causando flashs de memória mais fortes do que qualquer sorriso ao ver novos rostos.
Coração não é porta-retratos. Não é gaveta de cartas. Não é caderno de anotação.
O coração é morte disfarçada de sinal de vida.

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